domingo, 25 de setembro de 2011

De sábado para domingo.

Perdoa o erro
do amante alcoolizado.
Perdoa a "obsessão"
pelo erro.

Tenho a lhe dizer,
que nos cabelos negros,
emaranhados,
enxerguei os seus.
Nos perfumes almiscarados
e nos odores mascarados,
o cheiro que senti
foi o seu.
Pois nos olhos,
enegrecido,
enxerguei o teu íntimo.

Ignora as palavras atordoadas,
do amante alcoolizado,
as palavras que,
provavelmente, no dia seguinte
ele não se lembrará.
E não te assustes
com a extensão da ode
e nem com o acerto
da construção.
Há perfeição
no sofrimento
e cura
no esquecimento.

Perdoa a insistência
do amante alcoolizado
perdido no meio da multidão,
anjo sem face,
sem opção.
Perdoa a franqueza
e fraqueza no meu coração.
Pelo menos,
para me aquiescer da tristeza,
esqueça do seu sofrimento
e seja feliz então.

Tentei chorar, mas não consegui.

Perdoe-me,
amante cego e alcoolizado,
que amanhã há de vislumbrar
um auto-estrago.
Perdoe-me,
sei que me falta razão,
só me resta um retalho
que ouso chamar de coração,
mas não te preocupes,
pois a culpa
não é tua não.

Esquece do teu sofrimento
e seja feliz então,
para aquiescer
uma pequena fração
de tristeza
em meu cansado
e doente coração.

Uma bagunça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário