sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Uma história para nós.

As melhores histórias de amor não existem na literatura. Ao menos não nas palavras deitadas no papel pelo homem. Por maior que seja a beleza dos amores eternos, porém fugazes,  dos poemas de Vinícius e por mais que sejam fortes os laços de Romeu e Julieta, essas histórias de amor não são as melhores. Mesmo o amor forte que transcende a vida de Lucíola não é a melhor história de amor. As melhores histórias de amor são reais.
Não há espaço em linhas ou figurinhas de bate-papo para as nossas histórias de amor. Não há metáforas e figuras de linguagem capazes de contar nossas histórias. E não somos capazes de contá-las para ninguém, somente de recontar com quem as vivemos. Nós vivemos estas histórias. Nós amamos como personagens e como narradores.
Nos derramar sobre alguém como a maré, em sentimentos, beijos, abraços, até um fim de horizontes infinitos ou permanente. Aquele momento em que a história se inicia no mundo que criamos num ímpeto, um mundo cuja alma mater é o amor. Essas histórias que fazem cair lágrimas de alegria pelos finais plenos, ou de tristeza pelas reviravoltas e finais prematuros, inevitáveis, trágicos. E nós estamos lá em cada frase, cada vírgula, cada ponto. Todos os erros, os acertos. Os enredos parados, agitados, penosos, simples, biográficos. Nossas histórias transcendem a literatura. Esses nossos sentimentos reais jamais poderiam ser contidos no papel, não em sua forma plena. Nós somos essas histórias. Até o fim... ou até começarmos uma nova história.
Esta crônica é uma balela, não acredite nela. Vá viver sua história.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Atlas

Carrego sempre um mundo nas costas.
Um bilhão de emoções
sopros, mentes e corações.

Onde nesse mundo
eu sou?
Existe espaço
entre amores, amizades e fins
para mim?

Posso descansar esse peso um pouco?
Posso soltar a amargura de José?
Deixar a tristeza de Miguel ir embora?
Posso existir nesse mundo?