sábado, 19 de novembro de 2011

Jovens.

Nos amaremos enquanto jovens.
Respiraremos o perfume
um do outro nos embriagando com o odor.
Juntaremos nossos corpos,
de pele macia e lisa,
e nos marcaremos
um no outro com o toque.

Olharemos nossos rostos,
nos afundaremos em nossos olhos.
Iremos divagar,
entre os contornos e linhas
de nossos corpos jovens,
de nossos corpos de amantes.
Olharemos um ao outro
para nos fotografar.
Uma imagem
para todo o sempre.

E assim será.
Nos amaremos enquanto jovens,
para que quando velhos e cansados,
não sintamos o odor da velhice e da morte,
mas sim o cheiro perfumado
que nos tragou um para o outro.
Nos amaremos enquanto jovens,
para que quando velhos e cansados,
não sintamos o toque da pele enrugada,
mas sim o toque
que nos difere nos cegos na multidão.
Nos amaremos enquanto jovens,
para que quando velhos e cansados,
nossos olhos apagados e inexatos,
não nos mostrem falsas imagens
ou deixem transparecer o tempo em nossos rostos,
mas sim, para que ao olharmos um para o outro,
enxerguemos somente a fotografia eterna
de dois amantes para quem o tempo não passa.

Nos amaremos enquanto jovens
porque mesmo que o tempo
venha a consumir nossa vida,
a chama que cultivamos com força,
com viço, com vida nova,
se mantenha além de nós
queimando para sempre.
Sempre jovem e eterna.

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