Foi como morrer de novo
e ainda que eu saiba
que só se vive uma vez,
morre-se muito mais de uma.
E eu sei dizer
cada uma dessas vezes em que morri.
Foi como se algo se quebrasse
ou fosse quebrado.
Uma estátua de você que, finalmente,
despedacei com gentileza
e com as minhas próprias mãos.
Talvez assim, quem sabe,
você se sinta em paz também
ao saber que morre o último registro pulsante
dessa versão ultrapassada de você.
Morre, enfim,
a última versão de mim
que carregava por dentro
uma velha noção de você.
Essa nunca foi uma história de abandono, é uma história de escolha.
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